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Tentarei dizê-lo com ternura, com clareza e com verdade. Direi o que penso. Espero dizê-lo sem ferir ninguém. Não viso pessoas, nem grupos. Viso posturas e atitudes, posto que há quem pense e aja de um jeito e quem pense e aja do outro. Não foram poucos os que me disseram: - Porque você não escreve sobre a música católica? Afinal você tem mais de 35 anos de vivência. Vai guardar tudo para si? ... Se querem saber a verdade, era isso que eu pretendia. Guardar para mim, porque sei que este assunto de mídia, palco, canção e holofotes, fama e multidão suscita paixões e torcidas. Nem o mundo nem a Igreja sabem lidar com isso de maneira neutra. Um livro escrito por alguém conhecido como eu fatalmente será interpretado como um livro contra os outros que agem de maneira diferente da minha. Preferi então, não escrever. Vários bispos e sacerdotes me fizeram ver que estava me omitindo. Não falar o que penso seria negar o que disse nas minhas canções nestes últimos 35 anos. Comecei o livro. Não sei se nossa Igreja precisa de meu testemunho. Creio sinceramente que há pessoas que têm mais do que eu a dizer sobre o assunto. Não sou doutor em música e nem me considero o melhor de todos. Talvez eu mereça destaque pelas canções que deram certo e por nunca ter desanimado, num campo onde muita gente já se feriu. Como eu disse, música, mídia e fama trazem suscetibilidades, competição, vaidades disfarçadas em zelo, idolatrias e críticas. Também traz holofotes e torcidas. Vi isso por 30 anos e estou vendo isso todos os dias. Ninguém canta impunemente. Mexer com esse universo é coisa delicada. O cantor mexe com a Igreja e com o mundo periférico. Eu sei disso. Já paguei um alto preço por defender a canção religiosa e querê-la nas mãos da Igreja. É um dos nossos tesouros. Por ter lutado e lutar ainda pela música católica nas mãos dos católicos e música religiosa nas mãos de religiosos, ouvi muito mais do que meus irmãos imaginam. Quem está de fora não sabe o difícil que é promover a música religiosa num país de tantas canções e tantos interesses.

Músicos e cantores que me disseram interessar-se por minhas idéias a respeito da canção católica motivaram estas reflexões. Vou dizer o que penso. Não penso que serei aplaudido e compreendido por todos, mas concordo com meus amigos bispos e padres que, se não falar, será como não ter cantado. Se eu tivesse deixado de cantar e gravar canções como Maria de Nazaré, Estou Pensando em Deus, Amar Como Jesus Amou, Utopia, Um Certo Galileu, Mãe do Céu Morena e Oração pela Família, teria sido infiel à Igreja. Se não escrevesse, também. Cantor que não profetiza além do seu canto não entendeu que o canto é apenas um instrumento. Além de cantar temos que anunciar Jesus de outras maneiras. Só cantar é o mesmo que não cantar direito. Se minhas idéias servirem, divulgue-as. Se não concordar com elas, escreva as suas. Um debate sereno e amigo só pode fazer bem. Estamos precisando repensar a música católica. Sem dogmas e sem tabus. Quem está errado terá que corrigir sua postura. E eu posso estar totalmente errado na minha postura de não ceder aos encantos da poderosa mídia não católica. Talvez tenha escolhido cantar minha canção para menos gente por causa de minha teimosia de ficar e fortalecer a mídia da Igreja. É disso que falarei. Meu livro talvez seja útil, ao lado de tantos outros escritos nos últimos dez anos. Se não o for, ao menos está escrito. Não me calei. Venha comigo. Tenho algo a lhe dizer sobre as coisas que andamos cantando nos palcos e altares de nossa Igreja...

Brinquei com o Pe Joãozinho que é meu colega de Faculdade e de Congregação, pois lecionamos juntos, que escreveria um livro sobre um assunto que ele já esgotou em seu livro Cantar em Espírito e Verdade, escrito em l990 e cuja contracapa eu escrevi. Sua resposta veio num sorriso: - Provavelmente falaremos de um jeito totalmente diferente, da mesma forma que cantamos diferente. É possível falar das mesmas coisas de um jeito novo. Os salmos muitas vezes disseram isso. Também Isaías. Como não conhecemos as melodias dos salmos, é provável que às vezes, dizendo a mesma coisa, eles estavam cantando uma melodia diferente toda a vez que conclamavam Israel a cantar um canto novo. Havia novidade na canção religiosa daquele tempo. Buscava-se a novidade. Vivemos na mesma comunidade, mas as nossas são duas experiências distintas de cantar e compor e dois ângulos diversos de encarar a arte de cantar. Talvez isso até ajude o leitor, que verá como cantar é uma experiência pessoal que pode até ser iluminada pela dos outros, mas tem que ser vivida pessoalmente. Contudo, se você ainda não leu o livro dele, faça-se um favor. É bom e é agradável de ser lido. Cantar porque canções adjetivam os substantivos da vida!

 

Pe. Zezinho, scj (pezscj@uol.com.br)
www.padrezezinhoscj.com - Taubaté-SP
  
  
 

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