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Entrevista com Boy
(Arranjador Musical)


Porque "Boy"? E qual seu verdadeiro nome?
Sabe aquela questão que quando todos te chamam de um apelido que você não gosta, ele acaba pegando? Com isso acabei me acostumando e aceitando... O meu nome é Antônio de Aquino Filho.

Como é seu relacionamento com Deus e a sua espiritualidade?
Ela funciona da seguinte forma: eu sou uma pessoa que rezo, eu acredito muito que Deus está presente em tudo que acontece comigo, até mesmo nas coisas que eu espero que venham a acontecer e não acontecem, porque nem sempre as coisas acontecem como a gente quer. Eu sou músico, trabalho com música religiosa, então o meu alimento também são as músicas das pessoas com quem eu contribuo com meu arranjo. Já aconteceu muito de eu estar gravando trabalhos religiosos e essas músicas terem as letras batendo com aquilo que eu estou vivendo no momento. Já aconteceram situações de eu chorar, sorrir, de meditar diante daquela criação pela qual foi a inspiração que Deus deu à pessoa de compor a letra.

Você trabalhou muito tempo na Canção Nova. Como foi essa experiência para você?
Eu conheci o Padre Jonas quando já estava com 10 anos. Nelsinho Corrêa era meu amigo de escola e então comecei a tocar em um grupo de oração. Sempre tive liberdade com Deus diante da música religiosa. Conhecendo o Padre Jonas e o Nelsinho na música, comecei a trabalhar na CODIMUC (gravadora). Eles precisavam de músicos para tocar na Canção Nova... E eu fui. Nessa época eu tive a oportunidade de ser um dos primeiros músicos a entrar na Canção Nova, que na verdade, eram quatro pessoas: Dunga, Neto, Reinaldo e eu. Nós viajávamos de Fusquinha (risos). Deus sempre me deu oportunidades de estar no começo das situações. Eu trabalhei no começo da CODIMUC e de diversas bandas, o que me colocou na questão de formador. Quando entrei na Canção Nova, não só aprendi com eles, mas também eles aprenderam comigo, porque desses músicos que rodeiam esse cenário musical católico eu acho que sou o mais antigo. Não sou o melhor, sou o mais culto musicalmente.

Como iniciou sua evangelização através da música? Você teve algum motivo especial que o levou a se interessar pela música sacra?
Desde os meus sete anos, eu convivi muito com meu irmão que era músico de baile. Eu tinha uma madrasta muito legal que tomava conta de uma capela na cidade de Piquete (onde o Nelsinho Corrêa nasceu) e na época eu presenciava muito o rock, bandas que faziam sucesso. Quando eu ia muito à igreja com minha madrasta, eu presenciava muito a qualidade das músicas que eram cantadas, ouvindo a música e fazendo análises. Eu sempre gostei de música e consegui analisar o teor musical delas pois eu ouvia meu irmão tocando e muitas vezes eu as "tirava". Daí em diante que comecei a tomar gosto principalmente pela musica religiosa, tanto é que eu fui músico de baile durante um bom tempo, assim como a Adriana, começando a adquirir conhecimentos que, para mim, iriam funcionar muito bem na música religiosa. Saber colocar legal uma guitarra, um baixo... Até então eu escutava muitos grupos (Elo, Rebanhão, Vencedores por Cristo) que são bandas evangélicas e que já tinham um estilo mais apurado. No nosso meio ainda não existiam as bandas "Mensagem Brasil", "Cristoatividade", "Dunga"... Só existiam Padre Zezinho e Padre Jonas com o LP "O Amor Vencerá". Acho que nem esse LP existia na época, não tenho certeza, e isso foi me dando carência para que eu pudesse a vir trabalhar com música religiosa. Continuei sendo músico de baile porque eu não tinha como me manter. Já tocando em Rebanhões e grupo de orações, surgiu a oportunidade de eu ser só musico católico. Então, hoje em dia, o nosso trabalho é 100% católico, tanto é que eu já fiz mais de 270 CDs, só do Padre Jonas são 10, Nelsinho são 3, Mensagem Brasil são 3, Cristoatividade são 2, Banda Canção Nova, Padre Antônio Maria... Essa quantidade de CDs foi gravada justamente por eu ter buscado realmente estar diante desse tipo de trabalho.

Disseram-me que você toca vários instrumentos, isso é verdade?
Eu toco guitarra, baixo, bateria, teclado, bandolim, cavaquinho, viola, percussão, slade guitar, guitarra de 6 e 12 cordas, banjo americano e brasileiro. Se for um instrumento que eu não tenho condições de tocar eu não vou aventurar, até mesmo nesses instrumentos que eu citei, se tiver uma situação na música que eu não tenho condição de tocar, é claro eu não vou arriscar eu vou chamar alguém que faça.

Você citou algumas das bandas em que participou. No total, quais foram elas?
No "Cristoatividade" eu fui um dos fundadores, foi na época em que o Eraldo me chamou para trabalhar no estúdio da CODIMUC e nós gravamos um CD sem ter músicos. Antes disso eu tinha gravado o CD do Padre Jonas Abib (Anuncia-me). Fiz os dois trabalhos do Cristoatividade (Alerta e Céu na Terra). Fui um dos músicos, tecladista e guitarrista da banda. Eu toquei várias vezes com o "Mensagem Brasil" mediante às faltas dos músicos. Na "Banda Canção Nova" eu fui tecladista e guitarrista também. Nas outras normalmente eu tocava quando faltava alguém, como por exemplo o "Nova Aliança", o Dunga (fazendo um show do CD dele) e também com o Ricardo Sá.

Existem bandas e grupos católicos que estão na caminhada há muito tempo e não tem oportunidade de gravar um CD evangelizador ou ter uma gravadora. Que conselhos você dá para esses músicos?
As gravadoras católicas ainda não estão maduras o suficiente para terem como apoio todos os ministérios e algum desses não têm condições de entrar num estúdio para o trabalho acontecer. O estúdio exige muita disciplina. Eu não sei se estou errado, mas os ministérios deveriam estudar mais, não partitura, não nesse sentido, porque a música tem que ter sentimento. Não sei se vocês já notaram, mas a maior parte dos ministérios grandes, da música católica, acabaram e começaram novamente, por falta de maturidade nesse sentido. Eu nunca vi um ministério acabar na minha frente. A Banda Canção Nova ainda estava em pé. Quando eu gravei com o Mensagem Brasil, também estava em pé.
Eu vejo que muitas vezes é falta de um coordenador ouvir um simples músico ou um cantor que faz back... A gravadora, independentemente de ser religiosa ou não, vê o lado financeiro. Se ela acreditar que seu trabalho vai dar algum lucro, vai fazê-lo. Se ela vê que seu trabalho não vai dar nada, Deus quererendo ou não, não vai fazer seu trabalho. Tanto é que estou demorando anos para gravar meu CD. Do fundo do meu coração: eu não quero me envolver com gravadora nenhuma. Eu quero que meu trabalho tenha um preço acessível às pessoas e que eu tenha a certeza que ele está sendo vendido pois acreditam em meu trabalho e não porque a pessoa viu em um Outdoor ("Compre o CD do Boy") ou porque a gravadora fica "marretando" na cabeça de todo o mundo... Quero que meu CD seja feito com suor para ser mais valorizado. Mesmo que demore, eu venderei os CDs um a um. Como meu antigo CD: foi feito pela CODIMUC e os CDs que eu ganhei como porcentagem, não vendi. Os dei pois era tão mísera a porcentagem que valia muito mais eu dar os CDs para as pessoas analisarem o meu trabalho, do que eu vender.
Eu vejo que as bandas têm que saber muito o que querem, com os pés no chão. Deus quer ou não quer, a pessoa tem que entender isso. Muitas vezes a pessoa pensa: "Deus disse para mim que eu devo gravar o CD". Tem que ser unidos!

Algum novo trabalho católico em mente ou está trabalhando, hoje, em algum?
Estamos trabalhando com a "Freira do Rap", Irmã Inês. Tem rock, funk, blues, estilo do Skank, bem variado. Está sendo gravado em acústico. Temos também a Banda Verbo (de Brasília), o Samuel (que é de uma banda de Toledo), a Produção dos Presidiários, Banda Novo Espírito, Doce Mãe de Deus (de Paraíba - João Pessoa). Temos quase quinze produções. Temos muitos trabalhos que, para facilitar para as pessoas que não tem condições, fazemos por etapas: criamos os arranjos e as pessoas ensaiam. Enquanto elas estão ensaiadas, buscam as condições de entrar no estúdio.
A nossa especialidade é com bandas que estão no começo, nós as ensaiamos e as treinamos. O músico que não tiver condições de gravar, nós entramos tocando. Fazemos também produções que cuidamos inteiramente, como por exemplo, a Irmã Inês.

Música Sacra Católica. Como você a define?
Uma música que está em formação, pois até eu, com toda informação que tenho, estou em formação. Cada trabalho nós fazemos com pessoas diferentes. Eu convivo nos estúdios com evangélicos e a formação deles está bem além da nossa. Mas isso não quer dizer que a nossa música não chegue lá. Ela chega, mas é necessário que escutemos a palavra de Deus, sendo bons músicos e responsáveis.

Uma mensagem para os músicos que vão visitar o Portal da Música Católica:
Humildade e perseverança. Isso é fundamental. Eu consegui ser humilde. Sou e sempre serei pois tive a oportunidade de ser "pisado" por pessoas melhores que eu. Graças a Deus eu sempre tive a oportunidade de trabalhar com músicos melhores que eu. Eu nunca quis ser melhor que ninguém!

Obrigado, Boy! Jesus abençoe!

por Rafael de Angeli
fevereiro de 2001

  
  
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